quinta-feira, 3 de junho de 2010

Sinceridade, virtude ou defeito?

Quando os artesãos do mármore, na antiga Roma, faziam, acidentalmente, talhos muito profundos em certas partes das estátuas que estavam esculpindo, procuravam, manhosamente, esconder tais falhas, enchendo os sulcos com pedaços de CERA da mesma cor, mascarando, assim, os defeitos ocasionados pela má execução de suas peças, que eram, no entanto, vendidas como perfeitas.  
Outros escultores, todavia, desejando vender as suas obras com honestidade, anunciavam no pedestal delas que eram “SINE CERA” (sem cera). De tal prática, derivou-se a palavra “SINCERA”.

Sinceridade é ser honesto, transparente consigo mesmo e com o outro. Sinceridade é mostrar ao outro a verdade ou opinião sem criticá-lo, deixando claro sua posição.
Na teoria é fácil, mas na prática é um pouco diferente.
Por ser uma pessoa muito sincera, aos poucos fui aprendendo que a maioria das pessoas não está preparada ou não tem amadurecimento suficiente para lidar com a sinceridade. Aprendi também que a sinceridade é um diamante que precisa ser lapidado. O problema não é ser sincero demais é a maneira como nossa sinceridade chega ao outro.
Sinceridade não precisa magoar gratuitamente e nem causar constrangimentos a ninguém. Esse diamante que chamo de sinceridade, em seu estado bruto, pode se tornar cruel. Quando a sinceridade é meio para criticar negativamente, desmerecer ou até mesmo humilhar o outro, o que deveria ser uma virtude se torna um grave defeito. Quando este diamante é lapidado se torna virtude. Virtude que aproxima as pessoas de forma verdadeira, resolve problemas com clareza e discernimento, evitando os trastornos que a mentira e falsidade geram.
Eu sempre prefiro ser magoada com a pior verdade a ser iludida com a melhor mentira. Acredito e admiro muito quem é sincero. A sinceridade produz confiança em qualquer tipo de relação! Às vezes, apenas um olhar sincero já emociona.
Todos nós nascemos sinceros. Lembrem-se quando éramos crianças e desconcertávamos algumas pessoas com comentários tão sinceros que acabavam sendo engraçados para alguns e motivo de constragimento para nossos pais, como por exemplo, falar no meio de todos que aquela tia mais velha e solteirona tinha cheiro de pum...rs ou dizer que mamãe achava o namorado da prima feio, ou ainda, falar para a professora que não queria ser o par do Beto na quadrilha, porque ele estava cheio de piolho (lembra-se Kari?). Crianças não possuem máscaras! Comparo essa sinceridade infantil a um diamante bruto!
Fico sempre me perguntando em que momento algumas pessoas perdem essa sinceridade pueril e não aproveitam a oportunidade de lapidar este diamante,  criando, assim, máscaras e se escondendo sempre atrás de mentiras.
Em relação amorosa então, se todos conhecessem os benefícios da sinceridade, jamais teríamos rompimentos traumáticos e mal resolvidos com um vendaval de mentiras que fazem pessoas, que se amaram por um determinado período, virarem inimigos. Argh....Feio isso! Teríamos sim, rompimentos tristes, porque todo fim sempre é frustrante para um dos dois, ou até para os dois. Mas, se o fim acontece com sinceridade, por pior que seja o motivo, sempre haverá espaço, em algum momento, para a admiração e lembranças boas.
Sou sempre sincera, daquelas que  falam tudo o que sentem! É verdade, que algumas vezes, passo por  alguns dissabores por não ser bem compreendida. Mas, o que importa mesmo, é saber que minha sinceridade foi lapidada e que é reconhecida, por aqueles que convivem comigo, como uma de minhas virtudes!

Se você ainda não lapidou este diamante, nunca será tarde para fazer da sinceridade o carro chefe de suas virtudes!


3 comentários:

  1. Pois é amiga... sinceridade nem sempre é vista com bons olhos, mesmo qdo ditas com muito carinho. Muitos não estão preparados nem pra ser nem pra ouvir sinceridades. Às vezes, um arrãozinho nos pulsos, faz com que o coração acelere e se revigore.

    Bjs Pufados♥

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  2. Parabéns muito bonita sua reflexão, até peguei partes do texto para usar em um trabalho sobre sinceridade que estou fazendo.

    bjs

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  3. "A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos."


    Charles Chaplin

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