segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Fragilidade

Sou forte
Será?
A força esconde a fragilidade
Fragilidade é sinônimo de dor
Dor? Quem a quer?
Fujamos disso!

Tento loucamente
Mas, fugir, às vezes, cansa
E quando o cansaço é insuportável
Ventos que até parecem brisas suaves
Me levam em direção ao inevitável.

Lágrimas, tristeza
A condição humana me permite!
Deixo a força inabalável para os deuses
Fragilidade exposta, dor 
Noite escura...

Que fazer?

Expurgar tristezas
Recolher seu espólio
Reconstruir
Recomeçar
Ser humanamente Forte

Certeza? O Sol nasce e renasce.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Amores e Pássaros

Estou lendo o segundo volume do livro Cartas entre Amigos do excelente educador Gabriel Chalita e de Padre Fábio de Melo. No livro anterior, eles trocam cartas lindíssimas com o tema Medos Contemporâneos e neste, passeiam juntos sobre o tema Ganhar e Perder. Textos inteligentes e impregnados de sensibilidade. Textos profundos, onde os autores, muitas vezes, se valem de escritores, filósofos, poetas, cancioneiros, a fim de enriquecer mais ainda suas linhas. Enfim, uma troca de sabedoria nascida de experiências com o semelhante, repleta de verdade e da fé que os autores abraçam.

Hoje lendo uma das cartas do excelente Gabriel Chalita, onde ele faz uma reflexão sobre relações amorosas, me deparei com um olhar sensível e que se encaixa perfeitamente em tudo que acredito sobre amar e ser amado.

"... Estranho laçar alguém com o trunfo de uma pertença, como um caçador. E depois empalhar para não ter riscos. Um pássaro vivo pode voar. Um pássaro empalhado fica sempre no mesmo lugar. Um pássaro vivo, entretanto, canta, brinca, pula e voa. E seu voo tem volta se o espaço do aconchego for oferecido.

Se o pássaro quiser ir, amigo, o melhor é abrir as mãos e ter a dignidade de dizer adeus. A despedida será dolorosa, mas o tempo se encarregará do necessário. Prender o pássaro, empalhar o pássaro é perder o tempo da delicadeza... O tempo da delicadeza é o tempo dos amantes cujos amados não estão enfeitando prateleiras, mas estão em construção. Têm movimento. Exalam aroma. Perfumam. Voam..." (Gabriel Chalita)

Lindo!

Amar e ser amado é uma troca de sentimentos e não um cárcere, onde temos direitos absolutos sobre o outro. O outro, a quem amo, é um indivíduo único que compartilha um sentimento comigo. Ele não é meu. Ao contrário, o sentimento que nos une nos liberta para sermos verdadeiramente quem somos, sem máscaras.

Liberdade deveria ser a palavra-chave de qualquer relação. Liberdade de SER. Preciso ter liberdade de escolha entre ficar e voar. E se fico, por vontade própria e não por qualquer outro sentimento que me oprima, me liberto para que possamos voar juntos, sem medos e inseguranças, nos apropriando do tempo da delicadeza. Do contrário, no final, o que resta de uma história de amor, onde um pássaro é engaiolado, é um cocho cheio de mágoas e ressentimentos

Sei, por experiência própria, o quanto é doloroso o adeus quando o pássaro decide voar sozinho ou em outra companhia. Mas, se tentamos, desesperadamente, evitar o voo do outro, acabaremos por esquecer que, mais amadurecidos, poderemos alçar voos mais altos e mais bonitos. A dignidade e liberdade de um voo solitário nos prepara para voarmos em nova companhia.

"Amor só dura em liberdade". E dura o tempo que tem que durar. E que esse tempo seja sempre o tempo da delicadeza.

Recomendo os dois livros aos amigos que, como eu, apreciam uma boa e reflexiva leitura.

sábado, 20 de novembro de 2010

Mais um elo da Corrente do Bem


A ideia é responder à pergunta de forma criativa e original, publicando
o selo no blog e repassar pra mais cinco amigos blogueiros.


Fico feliz nas partidas em busca do novo: novos lugares, novos amigos e, às vezes, até novos amores e mais feliz ainda nos abraços saudosos, carinhosos e acolhedores daqueles que amo nas chegadas.

As chegadas nos preparam para novas partidas.

Repasso carinhosamente para:

Antonio Henrique - Um guia de como viver bem
Reinaldo Vietry - A frivolidade é salutar
Waykiri Garcia - Entre Olhares
Carla - Particularidades
Gleidson Melo - Enseada dos Pensamentos

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Insônia


Quem nunca passou pelo sofrimento de uma noite todinha em claro, sem um sinalzinho sequer de sono? Até eu, que sempre tive fama de dorminhoca, ando treinando para ser coruja. Acho que depois de algumas décadas de vida, com tantas experiências acumuladas para serem refletidas, precisamos de uma horinhas a mais, mas, vamos combinar que não precisamos passar uma noite inteira, que antecede um dia de trabalho, refletindo. Deixemos isso para os filósofos!

Desde que comecei esse meu cursinho básico para corujas, já tentei vários métodos naturais para pegar no sono de jeito, mas confesso que não obtive muito êxito. Tentei desde contar os famosos carneirinhos, que sempre são substituídos pelos sorrisos dos astros mais bonitos de Hollywood ( é claro que o de Brad não pode faltar! rs) até suco de maracujá e chás de camomila e erva doce.Tenho uma amiga que sempre me diz que não tem remédio melhor para insônia que sexo e concordo que é muito relaxante, mas confesso que, nesse caso, fico mais espertinha e aí é que o sono não chega mesmo.

Não que eu passe todas as noites sem dormir, porém pegar no sono custa e, quando consigo, já passou bastante das duas da manhã. Agora, que estou de licença. tá ótimo! Durmo tarde , mas em compensação acordo um pouquinho tarde também ( vida dura...rs), mas, quando estou trabalhando,  é um verdadeiro tormento, pois realmente fico muito inquieta e cansada durante o dia. Tenho que acordar cedo e acabo tendo pouquíssimas horas de sono reparador nos braços de Hipnos e de Morfeu. O pior é que quanto mais penso no horário, mais o sono teima em não me visitar. É um liga e desliga a TV, um rolar na cama fechando os olhos com força, rezando para o relógio desacelerar e não permitir que o despertador me encontre, na curva da noite com a manhã, com os olhos abertos desde o dia anterior.  Isso sem falar nas famosíssimas e incômodas olheiras. Argh.... Que feio! Fico com aquela cara de ressaca ser ter bebido.

A insônia também tem seu lado bom. Aproveito o horário noturno para ler, escrever, realizar trabalhos pendentes, ouvir música, assistir filmes, pensar nesta minha louca e apaixonante vida. Às vezes. dá até para bater um papinho por telefone com um amigo, que também sofre do mesmo mal. Enfim, acabo tendo algumas noites bem produtivas, muito embora ter uma boa noite de sono, recheada de sonhos bons seja muito mais saudável e menos estressante no dia seguinte.

Já me conformei com esta minha rotina noturna, acredito que seja algo ligado a hormônios ( idade é cruel meus amores) e nem estou muito a fim de investigar as causas de minha insônia, talvez eu me depare com diagnósticos nada favoráveis a minha atual condição de mulher solteira, porque aí a solução, que pode ser um ombro masculino e umas costelas quentinhas para me aconchegar, vai ficar ao encargo do tempo e do destino. Pensando bem, talvez minha amiga tenha razão!

Enquanto o destino não cumpre seu papel, aceito novas sugestões, naturais é claro, para que os deuses Hipnos e Morfeu venham me visitar mais cedo e com mais assiduidade.


quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Salto Alto

Admiro muito mulheres que tem o dom para usar um bom salto alto. Dom sim, porque se equilibrar em verdadeiros andaimes como alguns saltos me parecem, é realmente um dom. Não sou nem um pouquinho adepta a este tipo de calçado e só os uso quando não tenho jeito mesmo, naquelas ocasiões em que as minhas rasteirinhas seriam motivo de olhares reprovadores. Não que eu seja uma pessoa que me importe muito com opiniões alheias, porém vivo numa sociedade em que certas ocasiões pedem mesmo o tal do salto alto. E vocês precisam me ver um dia em cima de um deles. É uma cena hilária! Quase não me locomovo e fico parecendo um peixe fora d'água.

Salto alto requer tipo físico e elegância, é claro. Meu estilo é outro. Gosto mesmo de vestidos e rasteirinhas básicas. Combinam mais com meu espírito livre e um pouquinho rebelde, mas tenho que concordar que um bom salto alto, usado com estilo e elegância, é muito sensual e faz alguns homens perderem a cabeça e outras cositas mais.  Talvez eu não faça um homem perder o juízo usando minhas rasteirinhas, mas, com certeza, os que já me observaram usando um salto agulha, estão correndo até hoje.

A história do salto alto é bem antiga. Os primeiros foram encontrados em uma tumba no Antigo Egito e, provavelmente, caracterizavam posição social, assim como na Grécia Antiga e no Japão. Em 1926, o imperador Hirohito foi coroado usando sapatos com plataforma de 30 cm de altura, façanha que deve ter sido fruto da tal disciplina oriental. 

A história também nos revela que saltos altos estão relacionados à sexualidade.  Na Antiga Roma, as prostitutas eram identificadas por usar saltos altos. Já as odaliscas turcas eram obrigadas a usar este tipo de calçado para não conseguirem fugir dos haréns. Se fosse nos dias atuais, essa tática não funcionaria, haja vista as mulheres que conseguem atravessar o sambódromo sambando elegantemente em cima de saltos pra lá de agulhas. É de se admirar mesmo! Gostaria muito de possuir este talento, mas vou rezar para que, em alguma outra vida, possa voltar mais esguia e elegante podendo assim me equilibrar sobre um Luís XV com a mesma mobilidade e desenvoltura que tenho quando estou descalça.

Mas, iniciei este post sobre saltos altos, pois estou muito impressionada com a população feminina desta cidadezinha paraense na qual me encontro. Aqui, as minhas rasteirinhas são vistas quase como um ato subversivo. Acreditem, até para fazer umas comprinhas no mercado da esquina, e atentem para o fato que a cidade é tão pequena que qualquer lugar é ali na esquina, as mulheres usam salto alto. Não, não são saltinhos, são saltos daqueles que nem consigo me levantar depois que calço. Parece que é uma regra do lugar. Observo estes saltos na igreja, no clube ( podem acreditar!), na padaria, na farmácia...Enfim, o código de feminilidade desta cidade é o salto alto. Catarina de Médici, a quem é atribuída a invenção do salto alto, ficaria encantada se pudesse passar um dia aqui, entre tantos exemplares modernos de sua famosíssima invenção. Não tem peso, altura, tipo e tamanho de pé ( rechonchudos para entrarem num bico fino dão trabalho, além de ser ridículo) que impeçam a ala feminina desta cidade de cultuar o "santo salto alto". É impressionante!

Sei que minha rasteirinha, às vezes, não é muito compreendida, como aconteceu na Primeira Comunhão de meu sobrinho no domingo, mas, apesar de admirar o dom do salto alto que o mulherio paraense tem, não me torturaria horas a fio numa missa com um sapato desconfortável de jeito nenhum.



E viva o conforto das rasteirinhas!

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Inferno Astral X TPM


Sabe aqueles dias em que vc acorda e tem a sensação que não deveria levantar e sair do quarto nem para encontrar o Brad Pitt? Pois é, meus amigos, hoje é um dia desses em minha vida. Meu signo deve está atravessando algum inferno astral e ainda teve a petulância de parar para bater um papinho com algum outro signo desafortunado. Um consolando o outro!

Para começar, não dormir direito tendo uma série de pesadelos sem nexo, me torturando durante as horas em que eu deveria estar tendo o meu sagrado descanso. Com toda certeza, algum espírito bem engraçadinho, resolveu se divertir às minhas custas. Daí, já viram né? Acordei, não, não acordei, levantei com um mau humor daqueles de dar inveja a qualquer velha rabugenta. Mas, como sou uma pessoa que sempre acredita que Deus me presenteia todas as manhãs com um dia inteirinho para ser feliz, rezei, agradecendo por mais um lindo dia e encarei minha TPM de frente, sem medo de ser feliz.

Tomei um cafezinho, acreditando que o tal do signo já tinha passado pelo inferno astral e melhorei o humor. Como hoje era o dia para resolver todas as pendências referentes a pagamentos, afinal de contas estou no Pará e precisava pagar minhas continhas através de depósitos, decidi dar uma caminhadinha básica antes de encarar os dois bancos que estavam programados em minha listinha de afazeres. Foi aí que meu dia estressante realmente começou!

Ao sair de casa, percebi que o tempo estava um "tiquinho" frio, mas achei que era por causa do horário e, decidida, botei o pé na estrada. Qual não foi minha surpresa quando percebi que a neblina estava aumentando, a ponto de fazer surgir um certo temor de não enxergar um palmo diante de meu nariz. Quase tropecei numa pedra e beijei um poste! Mas, segui confiante que as coisas iriam melhorar, era só continuar caminhando e caprichar mais nas orações.

Depois da caminhada às cegas, entrei no Bradesco para realizar uma parte das tarefas que teria pela frente e adivinhem, como não poderia deixar de ser num dia desses, a fila estava enormeeeeeeeeeeeee, mas continuei confiante, pois não sou mulher de entregar os pontos, apesar de estar com cólica e um "tantinho" irritada por causa da TPM. Quando, finalmente, consegui me ver diante da máquina, eis que aparece um aviso que eu teria que me dirigir a outro terminal, pois aquele entraria em manutenção. Pensem como fiquei agradecida com o aviso ao notar o tamanho da outra fila. Tudo bem, me resignei a esperar a outra fila. Consegui bravamente chegar em frente a outra máquina e realizar a transferência, mas na hora em que fui realizar o saque, a máquina me fez o grande favor de bloquear meu cartão. Imaginem todos os palavrões que me vieram a mente neste instante e só não os pronunciei porque não tenho este hábito e além disso, estava com minha mãe que, com certeza, não aprovaria e nem saberia o  significado da metade das palavrinhas que pensei.

Entrei no banco para tentar solucionar o problema do cartão com o gerente, este, todo solícito, me indicou o guichê onde eu poderia realizar o desbloqueio do cartão. Meus amigos queridos, quando olhei para o local indicado, quis sentar no colo dele e chorar. Era uma fila quilométrica! Mas, novamente, caprichei na oração e fui decidida a não esmorecer. Quase duas horas depois, quando finalmente o "quase anão" que, com certeza, foi fruto de cruzamento de lesma com tartaruga, decidiu me atender, me deu a gentil e agradável notícia que eu precisava ter em mãos meu documento de identidade que, para minha felicidade eterna, tinha deixado em casa. Quase tive um filho de fórceps pelo nariz! Disse-lhe que iria em casa para pegar a tal identidade, mas que ao voltar não pegaria mesmo aquela imensa fila novamente. Ele concordou, também com aquele meu olhar de fuzilamento, acredito que ele ficou com medo que eu voltasse com a identidade e uma AR-15 para fazê-lo refém até o meu problema ser solucionado.

Bom, resolvido o problema no Bradesco, mais aliviada e calma, me encaminhei ao Banco do Brasil para realizar um DOC e mais depósitos. Outra fila, mais cólica, menos paciência e o jeito era mesmo rezar. A parte do depósito foi tranquila, mas aí tinha ainda o DOC, que teria que ser realizado no caixa. Senha 670, chamando a 614. Mais espera, mais cólica, paciência zero, TPM e mau humor do Capitão Caverna. Quando, finalmente, o tão esperado número apareceu na tela, quase voei no pescoço do caixa, agradecida por aquele momento ter chegado, mas, para minha grata surpresa e de acordo com o dia, o caixa  me diz sorrindo que eu precisava ter o CPF do favorecido. Perguntem se eu tinha.... Claroooooooooooooo que não! Resultado: como não tenho como entrar em contato com o favorecido, terei que ir amanhã a uma cidade próxima, que tenha uma agência da Caixa Econômica Federal, para resolver este problema.

Agora estou em casa e não pretendo sair para lugar nenhum até amanhã, porque do jeito que o dia iniciou, tenho medo de sair e ser abduzida, me deparar com uma onça ou qualquer coisa parecida.

O jeito é reforçar mesmo as orações para este dia terminar logo! 
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