Paciência, realmente, é uma virtude que nunca tive. Sei o quanto é importante, para não dizer saudável, mas meus amigos, antes de nascer, quando entrei na fila das virtudes e defeitos, para receber tudo o que formaria minha personalidade, definitivamente paciência não fazia parte do pacote.
Por ser muito prática, sempre quero fazer as coisas a meu modo, mas, às vezes, existem fatores que não dependem só de mim e é neste instante que a Dona Paciência é de grande valia e me faz muita falta. Ao longo dos anos, até que consegui adquirir um pouco desta tal senhora, mas como é muito rara, acaba fácil e tão rápido como apagar uma vela.
Não tenho mesmo nenhuma disposição para esperar que as coisas aconteçam, sou do tempo em que cantávamos “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer...” e confesso que esperar é um dos maiores martírios de minha vida. Esperar, para mim, é perder tempo e tempo precioso! Por isso mesmo, sou completamente avessa à filas, consultórios médicos e pessoas que não assimilam o significado da palavra pontualidade. Por não gostar e nem saber esperar faço tudo do meu jeito, quando, como e onde quero. Moldo a vida com minhas mãos e não quero cruzar os braços vendo só o tempo passar, tornando-a uma longa e ansiosa espera. A morte sim me espera em alguma curva e, quando chegar lá, quero ter a certeza que fui piloto e não passageira desta minha viagem
Esperar que a vida dê voltas, o Universo conspire, deixar tudo nas mãos de Deus e acreditar mesmo que tudo tem seu tempo me dá uma sensação de acomodação. Tá certo que Deus ajuda, mas precisamos também fazer nossa parte. Assim, muitas vezes, quero acelerar o processo e acabo mesmo metendo os pés pelas mãos e aí vem aquele anjinho que se chama consciência, que pode me falar também através do conselho de uma amiga que amo, e me diz a palavrinha mágica: PACIÊNCIA. Nesse instante, tenho que dá a mão a palmatória e me convencer que, em alguns setores de minha vida, tenho que me curvar a esta senhora que nunca morou, sequer visitou demoradamente os inúmeros cômodos de meu espírito.
Estou vivendo, atualmente, um momento de espera e, acreditem, essa espera é longa. Às vezes, me dá nos nervos. Talvez, seja uma provação mesmo de Deus, para ver se esta sua humilde filha convida a paciência para fazer parte de seu rol de amigos, pois estou quase tendo certeza que exercitar esta minha ínfima paciência, pode fazer parte de um processo espiritual para me tornar aprendiz de monge. Quem sabe?
Vivendo e aprendendo. E haja PACIÊNCIA!