sábado, 31 de dezembro de 2011

Adeus Ano Velho, Olá Ano Novo

Último dia do ano, dia de fazer uma retrospectiva básica. Faxina geral no espírito, guardando os momentos bons no coração e as cositas não tão boas a gente recicla, transformando em aprendizagem, afinal de contas, somos eternos aprendizes.

Não posso me queixar deste velho 2011. Foi um mestre tranqüilo, não me colocou de castigo e nem me machucou com perdas. Me fez trabalhar dobrado, mas me remunerou direitinho. É certo que não me deu como gratificação um novo Amor, daqueles com A maiúsculo e que nos faz saborear com muito prazer a vida, talvez eu não tenha merecido mesmo, mas me brindou com paixões e alguns revivais de tirar o fôlego, que temperaram o meu cotidiano e fizeram meu espírito vibrar. Vivi intensamente cada momento que este velhinho me oportunizou. Como diz Roberto Carlos, o importante é que emoções eu vivi, e não foram poucas. Não sei porquê, mas o mês de Dezembro me torna meio fã de RC. Deve ser por conta de seus eternos especiais de Natal na telinha.

Espero o jovem 2012 com fé. Nunca fiz listinha com metas para um novo ano, é claro que sempre tenho minhas expectativas, mas hoje resolvi que me dedicarei a escrever uma listinha básica. Sei lá, me deu vontade, quem sabe assim me torno mais disciplinada em alguns aspectos? De qualquer forma, vou tentar.

Agradeço imensamente a Deus o ano tranqüilo, todas as oportunidades que tive de melhorar como ser humano, o trabalho produtivo, os novos amigos que fiz, o convívio com os amigos, que permanecem colorindo o meu viver e, principalmente, o amor , união e saúde de minha família. Este foi um ano que vi de perto algumas pessoas queridas perderem pessoas amadas, e a cada perda sofrida eu ficava me perguntando se vou suportar o sofrimento de perder alguém que amo. Sei que vai acontecer e tento me preparar, afinal de contas a única certeza que temos é essa, que um dia todos nós vamos partir, mas é tão difícil...

Neste último dia do ano quero abrir meu coração e desejar com alegria o melhor para todos. O melhor sorriso, a melhor intenção, o melhor momento, o melhor sabor, o melhor movimento, a melhor hora do dia, o melhor sonho, a melhor escolha, o melhor beijo, o abraço mais apertado e afetuoso, a melhor emoção, o carinho dos nossos filhos, a melhor paisagem, a melhor canção, o melhor toque, a oração sentida, a lágrima transformada em lição, a semente transformada em bons frutos, o melhor carinho, a vivência da palavra amizade, o aconchego da família e as bênçãos amorosas de um Deus que é PAI.



quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Eu Voltei, Agora Prá Ficar!



Depois de uma fase sem um pingo de inspiração para escrever, estou aqui de volta meus amigos. O tal bichinho, que me estimula a expressar tudo que movimenta minha vida através deste teclado, me mordeu novamente. Graças a Deus! Já estava até acreditando que essa fase não passaria nunca mais.

Na verdade, desde o mês de Agosto, vivi momentos muito atribulados no que chamo de correria da vida, 24 horas me pareciam poucas para dar conta de tanta coisa. Mudei de casa, abracei um novo trabalho com vontade, preocupações com todas as etapas da culminância do  Projeto Pedagógico da escola, com o índice alto de reprovação de minhas turmas e por último o pouquíssímo tempo para preparar a festa de encerramento do ano letivo das turmas de 5º ano, que só eu e Paty sabemos o quanto foi cansativo. Mas, enfim, tudo acabou bem. Minha casa tá linda e cheia de vida, com a presença de minha irmã e meus sobrinhos, me despedi do trabalho extra com a certeza que fiz o melhor, a culminância do Projeto foi uma das melhores dos últimos anos e a reprovação dos alunos já era um fato, diante de todo caos de nosso sistema de ensino, que se divide em ciclos e onde a aprovação automática, produz semianalfabetos em massa. Para fechar com chave de ouro o ano letivo, a festa de encerramento foi emocionante, realmente gratificante e como os alunos cantaram no final " Valeu a Pena". Sensação de dever amorosamente cumprido!

Depois dessa maratona profissional, chegou a vez da maratona natalina. Organizar o almoço para armar a árvore de Natal com toda família e, dias depois, providenciar tudo para Festa de Natal. Me render mais uma vez aos apelos de minha mãe para umas horinhas nos shoppings e mercados da cidade. Aff... Só por amor mesmo! Mas, novamente, tudo deu certo. O almoço foi animado, a árvore ficou linda, digamos que colorida até demais, haja vista o número de enfeites que os familiares e amigos trouxeram. A Festa de Natal foi uma reunião alegre de pessoas que se amam muito e que sabem o real significado da data.

Agora, meus amigos, de férias e curtindo a estação que mais amo no ano, tenho tempo de sobra para, tranquilamente, curtir os blogs preferidos e dá uma arrumada nesta minha casa virtual.

Agradeço todas as mensagens de boas festas que recebi dos amigos blogueiros. Como pretendo escrever meu último post do ano no dia 31, para ir entrando no ritmo novamente, deixarei minha mensagem carinhosa para vocês no meu próximo post.

" Eu voltei, agora prá ficar, porque aqui, aqui é o meu lugar." Roberto Carlos

Paz e luz!

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Capitães da Areia


Hoje, aproveitando o feriado do Dia das Crianças, fui assistir Capitães de Areia, filme que , aliás, estava esperando ansiosamente. Fanzoca assumidíssima do universo de Jorge, o Amado, diante de mais uma oportunidade de ver na telona uma obra sua, decidi passar a tarde passeando por ladeiras, praias e trapiches da Bahia, acompanhada por Pedro Bala, Dora, Sem Pernas... Enfim,  guiada pelos famosos, destemidos e temidos capitães. E que passeio maravilhoso!

Amei o filme, mesmo não tendo sido muito fiel ao livro. Já contei aqui o quanto minha adolescência foi enriquecida pelas obras do Grande Jorge. Li todos os seus livros e sempre tive verdadeiro fascínio pela maneira encantadora e mágica que a Bahia é retratada em suas obras. Os personagens cheios de ginga e mistérios, mulheres sensuais, homens valentes, malandros, capoeira, candomblé, sincretismo, saveiros, relações místicas e, sobretudo,  as fraquezas humanas e a força negra que corre nas veias de todo baiano. 


Jorge era um branco de alma negra e entendia como ninguém essa força, fruto de uma miscigenação que, na Bahia, ganhou novas cores e encantos. Conhecia cada canto desta terra, a beleza, alegria e  valor dessa gente, que sabe driblar os reveses da vida com fé. Essa gente, que sabe que ser baiano é muito mais que ter nascido na Bahia, é sentir o sangue pulsando nas veias, é amar cada pedaço desse chão, abençoado por santos e orixás.

O filme é muito bom. Um olhar sensível sobre o cotidiano de crianças e adolescentes abandonados e entregues à própria sorte, tendo que sobreviver de furtos e que se unem, formando um grupo mais forte e corajoso, sem contudo perderem a ternura, que os fazem cuidar uns dos outros. Algumas interpretações deixam a desejar e outras nos surpreendem, mas vale a pena conferir. Direção boa, a fotografia maravilhosa, sem contar que sempre é um enorme prazer rever as lindas paisagens  de nossa terrinha.

Recomendo o excelente livro do Amadíssimo Jorge e o filme dirigido por, nada mais nada menos, que sua neta Cecília Amado.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Assim sou Eu


Neste meu voo chamado Vida, abro minhas asas e acolho com alegria indescritível:

  • AMOR DIVINO
  • FAMÍLIA
  • AMIGOS VERDADEIROS
  • BOM PAPO
  • LIBERDADE
  • UNIVERSO CONSPIRANDO A FAVOR
  • TRABALHO PRODUTIVO
  • A PROFISSÃO
  • BOM HUMOR
  • HUMILDADE
  • LIVROS, LIVROS,LIVROS...
  • PRAIA, PRAIA, PRAIA...
  • SINCERIDADE
  • INDEPENDÊNCIA
  • PRATICIDADE
  • MANIÇOBA E EFOR. EM SANTO AMARO DA PURIFICAÇÃO, MELHOR AINDA...
  • CARANGUEJO, AMIGOS E CERVEJA - COMBINAÇÃO PERFEITA!
  • SILÊNCIOS DA ALMA
  • BOA MÚSICA - TOM JOBIM, NANDO REIS, TITÃS, CAZUZA, LEGIÃO URBANA, ELIS... TANTOS!
  • VIAGENS
  • CINEMA
  • TEATRO
  • FUTEBOL -  VITÓRIA E CORÍNTHIANS
  • UM BOM VINHO, BEM ACOMPANHADA, SINTO ATÉ A PRESENÇA DE BACO.
  • TEQUILA 
  • FESTAAAAAAAAAA, CARNAVAL! UEEEPA!!!!
  • EXPRESSAR SEMPRE O QUE SINTO
  • SEXO COM AMOR
  • INTELIGÊNCIA
  • SIMPLICIDADE
  • MEU ANJO DA GUARDA - COITADINHO! ESSE, TEM TRABALHO DE SOBRA.
  • O SORRISO DE MEU FILHO
  • GENEROSIDADE
  • O MAR
  • ENERGIA SOLAR
  • LUA CHEIA
  • CAMINHAR NA PRAIA
  • UMA REDE PREGUIÇOSA PRA DEITAR
  • ROMANTISMO - ANDA EM FALTA, MAS É BOMMMMMMMMMM!
  • DORMIR ABRAÇADA COM QUEM AMO
  • CONHECER GENTE E LUGARES DIFERENTES
  • NUDEZ - ROUPA É UMA PRISÃO!
  • O COLO DE MINHA MÃE
  • HOMEM COM CARÁTER E ATITUDE
  • ARTE
  • MINHA CASA
  • SENTAR NO CHÃO
  • COZINHAR
  • ESCREVER
  • RESPEITO
  • CHOCOLATEEEEEEEE - SEROTONINA SEMPRE!
  • ABRAÇOS CALOROSOS E TERNOS
  • BEIJOS QUENTES
  • AMAR E SENTIR-ME AMADA
  • VERÃO E PRIMAVERA
  • PÔR DE SOL
  • HAPPY HOUR NA SEXTA
  • ÀS VEZES, UM WHISKY SEM GELO - COLOCAR GELO NO WHISKY É UM CRIME.
  • TATUAGENS - TENHO DUAS BEM SIGNIFICATIVAS E VOU FAZER A TERCEIRA.

Fecho minhas asas para:

  • HIPOCRISIA
  • ARROGÂNCIA
  • FALSIDADE
  • PEIXE - POR MIM, TODOS ESTARIAM VIVOS, CRIANDO SEUS FILHOTINHOS!
  • LAGOSTA - MEU PAI DIZ QUE NASCI POBRE E VOU MORRER POBRE
  • ROUPA
  • SAPATO ALTO
  • ESTUPIDEZ
  • PAGODE, PRINCIPALMENTE AQUELES BEM CHULOS
  • O TAL DO ARROCHA TAMBÉM É DE MATAR QUALQUER OUVIDO SENSÍVEL
  • MENTIRA
  • CIÚME
  • POLÍTICOS
  • FILMES DE TERROR
  • TRAIÇÃO
  • VESTIDOS LONGOS - FICO PARECENDO UM BAÚ, COM SAPATO ALTO, ENTÃO, É UM BAÚ DESENGONÇADO. CENA HILÁRIA!!!
  • MAIÔ - TENHO QUE BRONZEAR MINHAS GORDURINHAS ABDOMINAIS.
  • TRILHAS DA CHAPADA DIAMANTINA - FUI UMA VEZ PARA NUNCA MAIS
  • TELEVISÃO DIA DE DOMINGO - GUGU, FAUSTÃO E ELIANA. QUE TRIO HEIN! É DE MATAR QUALQUER CRISTÃO! SEM FALAR NO HOMEM DO BAÚ... SEM COMENTÁRIOS!
  • MUSIQUINHA DO FANTÁSTICO
  • FALTA DE EDUCAÇÃO
  • TOALHA MOLHADA NA CAMA - O LUGAR QUE DURMO É SAGRADO!
  • CALCINHA E SUTIÃ - USO PORQUE NÃO TENHO JEITO
  • LUGARES APERTADOS E FECHADOS - PRECISO DE AR. ACHO QUE EM OUTRA VIDA MORRI SUFOCADA.
  • INSÔNIA - HORRÍVEL!
  • SHOPPING - ARGH! NO NATAL, ENTÃO, ODEIOOOO...
  • INVERNO
  • FILA
  • SEXO EGOÍSTA
  • ESPERAR - NINGUÉM MERECE!
  • FESTAS INFANTIS - UM MONTE DE CRIANCINHAS FAZENDO BARULHO E, ÀS VEZES, SÓ ROLA REFRIGERANTE... AÍ, FICA DIFÍCIL!
  • CRENTE, QUERENDO CONVERTER ALMAS PECADORAS, AOS BERROS, NAS RUAS.
  • GENTE QUE FALA CUSPINDO
  • HOMEM PAVÃO
  • SER ACUSADA DO QUE NÃO FIZ
  • HOSPITAL
  • CERVEJA QUENTE
  • VIOLÊNCIA
  • PRECONCEITO
  • CURSOS QUE NÃO ME ACRESCENTAM NADA
  • O "FAZ DE CONTA" DA EDUCAÇÃO PÚBLICA
  • PERDER TEMPO
  • CAVIAR E ESCARGOT - ECAAA! ACHO QUE PAPI TEM RAZÃO!
  • VENDEDOR MAL HUMORADO
  • SAPO, RÃ... ANFÍBIOS ME DEIXAM PARALISADA
  • SALÃO DE BELEZA DIA DE SÁBADO - AFF! HAJA PACIÊNCIA!
  • PRENDER MEU CABELO
  • INTERNET LENTA
  • GENTE CHATA
  • COVARDIA
  • ACADEMIA
  • PISCINA
  • VULGARIDADE
  • FALTA DE INDIGNAÇÃO COM OS HORRORES QUE ACONTECEM NESTE MUNDÃO DE MEU DEUS.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Tudo novo de Novo


Semana passada mudei de endereço. Estou agora num apartamento maior, localizado num lugar tranquilo, diferente do outro, que se localizava num lugar meio esquisitinho e onde, muitas vezes, os amigos se perdiam tentando encontrar.

A mudança foi cansativa, mas à proporção que fui desarrumando lá para depois arrumar aqui, fui fazendo um caminho emocional de volta ao primeiro dia que entrei no antigo apartamento.

Lembrei-me de toda expectativa que cercava aquele contrato de aluguel. Naquela época, tinha decidido com alegria e amor que, depois de muito tempo sem acreditar em casamento, queria sim dividir minha vida com aquele homem, cuja simples presença, coloria minha vida. Aquele amor, que solicitava de forma urgente horas a mais de carinho, dormir e acordar juntos, ausências com certeza de presença e escovas de dente entrelaçadas, foi desconstruindo todas as minhas certezas e quebrando a minha sólida resistência em me lançar no mundo dos casados, mundo, aliás, com o qual o meu espírito livre e temperamento independente, jamais cogitaram passar ao largo, que dirá estar inserida novamente. Mas, a vida sempre me surpreende, e me encontrei toda derretida e boba com a ideia de compartilhar sentimentos e espaços com alguém que amava.

Infelizmente, nada aconteceu como planejamos. Ele se apaixonou por outra e eu fiquei curtindo minha dor de cotovelo sozinha, tendo como testemunhas as paredes daquele lugar. Fazer o que? Coisas da vida, que não entendemos, mas que somos obrigados a aceitar, como um remédio ruim que desce goela abaixo.

Neste meu caminho de volta, fui revendo cada momento que passei naquele espaço. Os dias de sofrimento, as inúmeras visitas carinhosas, os medos, os momentos de superação de obstáculos, as paixões loucas e desvairadas, como toda paixão é, as conquistas profissionais, as idas e chegadas de viagens, as noites insones, as lágrimas, as alegrias reveladas em gargalhadas, que são minha marca registrada... Cada parede daquelas, presenciou muitos capítulos de minha vida.

Quando a mudança partiu e o apartamento estava completamente vazio, sentei no chão e chorei. Chorei por vários motivos juntos: emoção por encerrar uma etapa e inaugurar outra, uma pontinha de tristeza por tudo que poderia ter sido ali e não foi, alegria por ter sobrevivido ao sofrimento e me encontrar agora inteira e feliz, com projetos novos, casa nova e Tudo novo de Novo.

Fechei aquela porta, deixando as decepções lá trancadas e entrei em minha morada nova com o pé direito, trazendo o aprendizado e a certeza que serei muito feliz neste meu novo espaço.

Assim seja!

"Todo mundo ama um dia, todo mundo chora,
Um dia a gente chega, no outro vai embora,
Cada um de nos compõe a sua história, cada ser em si
Carrega o dom de ser capaz, e ser feliz."
                                                                              Almir Sater

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Sala de Aula


Há algumas semanas atrás, logo no início da aula, uma de minhas alunas estava aos prantos. Fiquei preocupada e, é claro, procurei saber o motivo de tantas lágrimas.

- Meu amor, o que houve?

- "Fulana de Tal" morreu pró – mais lágrimas e cara de desespero total.

Pelo nome dado (mistura de nome internacional com marca de roupa), pensei que fosse um animalzinho de estimação, um cachorrinho por exemplo, mas não quis perguntar, poderia ser uma irmã ou a melhor amiga. Sei lá, fiquei com receio de errar e piorar ainda mais a situação.

- Morreu como? – Perguntei, já com cara de condolências.

- Ela foi assassinada pró.

- Hã? - Espanto da pró e mais perguntas para avaliar a gravidade do sofrimento da adolescente em lágrimas.

- Como foi isso? Era sua amiga, irmã, mãe, tia?

Nesse momento, foi a vez do espanto geral da turma com tamanha ignorância da pró em relação a notícia tão veiculada num tipo de programa, que eleva seus índices de audiência esmiuçando a miséria humana. Tipo de programa, aliás, que a pró aqui se recusa a assistir.

Mas, voltemos ao diálogo.

- Próoooooooooooo... "Fulana de Tal"!

Eu, me sentindo uma alienada completa, procurava nos recônditos de minha memória qualquer referência àquele nome, e nada. Decidi tentar adivinhar o que tão famosa pessoa fazia da vida. Pelo nome, acreditei que poderia ser uma cantora de funk carioca, dessas que colocam um shortinho, berram meia dúzia de besteiras e rebolam. Arrisquei perguntar se era.

- Era cantora de funk?

Olhos arregalados, risos e mais espanto da turma.

- Nãoooooooooooo pró. Era a namorada de "Sicrano".

Pronto, tinha matado a charada. "Sicrano" deveria ser um famoso jogador de futebol ou um desses cantores de pagode, que as adolescentes amam.

Arrisquei novamente.

- "Sicrano" é jogador de futebol ou cantor de pagode?

Dessa vez, mais risos e uma certa impaciência com tanta alienação da pró. Imperdoável!

- Não pró, "Sicrano" é traficante.

Pró perplexa... Aquele era o momento da Pró conhecer as informações sobre o crime.Meus alunos sabiam tudo sobre o "Sicrano" famosíssimo e, diante da enxurrada de reportagens sobre "Fulana de Tal" no tal programa, conheciam a vida da primeira dama do tráfico, desde o nascimento até o dia do enterro que, aliás, levou duas mil pessoas (?) ao cemitério.

Me refiz do susto e aproveitei o momento para conversar com eles sobre o assunto. Expliquei que ninguém merece morrer daquele jeito, mas tentei fazê-los refletir o porquê de "Fulana de Tal" ter acabado naquele mundo de drogas, prisões e sabe-se o que mais, que a fez morrer jovem e de maneira tão trágica.

Ao final desta reflexão, disse-lhes que, tendo certeza que eles não queriam levar aquele tipo de vida, não conseguia entender tanta admiração por "Fulana de Tal". Minha aluna, aquela que estava aos prantos, um pouco indignada com minha "falta de sensibilidade", olhou-me como se eu não estivesse entendendo o óbvio e disse:

- Eu só queria ter o corpo dela! – Mais lágrimas....

Pode???

É, meus amigos, vida de professora não é fácil não, ainda mais com  valores  tão invertidos.

sábado, 23 de julho de 2011

Bom, Ruim, Assim Assim...

Gostei e compartilho.
Não sei se o texto é de Pedro Bial mesmo, afinal de contas essa questão de autoria neste mundo virtual é difícil, mas, de qualquer forma, o texto é lindo e o vídeo, narrado pelo homem do BBB, é muito bom.

Vale conferir!

BOM, RUIM, ASSIM ASSIM...


Quer saber de uma coisa?
Tudo pode ser bom, ruim e principalmente assim assim
Tudo ao mesmo tempo ou não, e não necessariamente nessa ordem
Bom é chegar na praia à tardinha, anúncio de por do Sol
Água de ondas mansinhas
Jogar bola na espuma e sob o céu encaixar como se fora Tafarel.

É bom também quando começa a chover
E as gotas fazem cócegas na superfície do mar
Como se um cardume infinito prometesse matar a fome
De todo o Vidigal, Rocinha, Cidade de Deus e Vigário Geral.
Ruim é lembrar daquele amigo que de prancha na mão
Morreu com um beijo roubado de um raio.

Da lembrança a correria, o medo… o medo…
Medo é bom, ruim é o medo de ter medo!

Bom é voltar, trocar chuva por chopp, passar atrás da pelada
A bola vai pra fora e como na crônica de Rubem Braga sobra pra você
Que mata no peito, faz embaixadinha e devolve redondo…
Num chute perfeito
Ruim é a fisgada na coxa, sair mancando disfarçadamente…
A vergonha de tá decadente não é ruim
Ruim é o orgulho que se nega a reconhecer a decadência.

É bom a cidade estranha em que você nunca esteve e sabe que nunca mais vai voltar
E nesse lugar você tem uma obrigação sem graça que cumpre com estilo e precisão
Traçando um dia perfeito no arco do tempo
Quando cai a noite é bom tomar um banho e sob o chuveiro é bom sentir saudade,
Ruim é não ter saudade
E como é bom sair sem direção pelas ruas da cidade
Pensando no que você fez da sua vida e o que a vida fez em você

Bom é sonhar, realizar não é tão bom, mas ruim mesmo é não realizar
O fim de um grande amor é muito, muito ruim, um grande amor não tem fim!
Bom é amar, ruim é amar… Bom é encarar a vida com fantasia.
Quando um poeta desaparece é bom botar chapéu de Bogar que
tudo pode solucionar…
Ruim é encontrar o precipício, morrer não deve ser tão ruim assim…
E pode ser bom falar sobre bom e ruim, e pode ser pior, assim assim … bom!

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Estações de Paixão


A vida é realmente uma caixa de surpresas. Às vezes, quero ter a louca ilusão que controlo acontecimentos e sentimentos, mas é exatamente nestes momentos, que a vida me olha com carinha de pena e me faz descobrir o quanto estou enganada.

Minha Paixão de Verão, que acreditei ter finalizado com a entrada do outono, vestindo-a com os trajes da amizade, ressurgiu com olhares, toques e sabores. Quando menos esperávamos, em pleno Outono, nos surpreendemos com a louca vontade de veranear novamente e tiramos do arquivo, que já considerávamos morto, os trajes de nossa velha e conhecida paixão.

O inverno chegou e nos encontrou com os mesmos sintomas de saudade e alegria nos encontros. Ops! Sinal de alerta ligado e um tempo para reflexões, mas refletir pra que? No terreno do coração, a razão não tem a mínima chance de prevalecer. Um poema sincero expressou o que não se podia dizer e, mais uma vez, ganhei linhas muito significativas.

Porque somos nós...

Por que sempre contemos o que de fato queremos?
Por que sempre achamos que podemos controlar o incontrolável ?
Por que somos sempre racionais, se o que nos domina é o emocional?
Gostamos de nos experimentar, testar. Os efeitos e conseqüências desse ensaio químico chamado ser, nem sempre é o esperado, e surpreende.
Mas é aí que está o sabor, o vício.., Sempre queremos experimentar a vida e suas reações, e sempre podemos recomeçar.
Assim somos nós.
Autor conhecido, porém censurado novamente...rs

Hum... Agora, deu vontade de viver esta Paixão em todas as estações.
E que venha a Primavera!


terça-feira, 28 de junho de 2011

Não basta amar

Este é um dos inúmeros textos de Martha Medeiros que gosto muito. Nos faz refletir, mais uma vez, sobre o amor.

NÃO BASTA AMAR - MARTHA MEDEIROS


“Por mais que o poder e o dinheiro tenham conquistado uma ótima posição no ranking das virtudes. O amor ainda lidera com folga. Tudo o que todos querem é amar. Encontrar alguém que faça bater forte o coração e justifique loucuras. Que nos faça entrar em transe, cair de quatro, babar na gravata. Que nos faça revirar os olhos, rir à toa, cantarolar dentro de um ônibus lotado. Tem algum médico aí?

Depois que acaba essa paixão retumbante, sobra o quê? O amor. Mas não o amor mitificado, que muitos julgam ter o poder de fazer levitar. O que sobra é o amor que todos conhecemos: o sentimento que temos por mãe, pai, irmão, filhos e amigos. É tudo o mesmo amor, só que entre amantes existe o sexo. Não existem vários tipos de amor, assim como não existem três tipos de saudade, quatro de ódio, seis espécies de inveja. O amor é único, como qualquer sentimento, seja ele destinado a familiares, ao cônjuge, ou a Deus. A diferença é que, como entre marido e mulher não há laços de sangue, a sedução tem que ser ininterrupta. Por não haver nenhuma garantia de durabilidade, qualquer alteração no tom de voz nos fragiliza, e de cobrança em cobrança acabamos por sepultar uma relação que poderia ser eterna.

Casaram. Te amo pra cá, te amo pra lá. Lindo, mas insustentável. O sucesso de um casamento exige mais do que declarações românticas. Entre duas pessoas que resolvem dividir o mesmo teto tem que haver muito mais que amor, e às vezes nem necessita um amor tão intenso. É preciso que haja, antes de mais nada, respeito. Agressões zero. Disposição para ouvir argumentos alheios. Alguma paciência. Amor, só, não basta.

Não pode haver competição. Nem comparações. Tem que ter jogo de cintura para acatar regras que não foram previamente combinadas. Tem que ter bom humor para enfrentar imprevistos, acessos de carência, infantilidades. Tem que saber relevar. Amar, só, é pouco.

Tem que haver inteligência. Um cérebro programado para enfrentar tensões pré-menstruais, rejeições, demissões inesperadas, contas pra pagar. Tem que ter disciplina para educar os filhos, dar exemplo, não gritar. Tem que ter um bom psiquiatra. Não adianta, apenas, amar.

Entre casais que se unem visando a longevidade do matrimônio tem que haver um pouco de silêncio, amigos de infância, vida própria, independência, um tempo para cada um. Tem que haver confiança. Uma certa camaradagem: às vezes fingir que não viu, fazer de conta que não escutou. É preciso entender que união não significa, necessariamente, fusão. E que amar, solamente, não basta.

Entre homens e mulheres que acham que amor é só poesia tem que haver discernimento, pé no chão, racionalidade. Tem que saber que o amor pode ser bom, pode durar para sempre, mas que sozinho não dá conta do recado. O amor é grande mas não é dois. É preciso convocar uma turma de sentimentos para amparar esse amor que carrega o ônus da onipotência. O amor até pode nos bastar, mas ele próprio não se basta.”

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Magia e Sedução


Explorando emoções novas
Descobriram a magia
Que concretiza desejos

Ela, encantada e ansiosa por momentos mágicos
Acreditou que ele era bruxo
Ele, enfeitiçado com o olhar, o toque, o sorriso
Soube que a bruxa era ela

Na disputa prazerosa de feitiços
Magia e Sedução
Distraídos
Atravessaram a linha apaixonante do perigo

Tentados a experimentar poções de amor
Um deles esqueceu o limite proibido da paixão
E quando se apaixonou
A mágica acabou.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Estou Inverno

Nunca gostei do inverno. Frio, dias cinzas e chuva, definitivamente, não combinam comigo. Meu espírito necessita da energia do astro rei, por isso, todo ano, recarrego bastante minhas baterias no verão, para que minha disposição não esmoreça nos dias frios.

Como boa soteropolitana que sou, amooooooooo praia e o inverno, além de me privar de meu lazer preferido, ainda causa uns probleminhas bem chatinhos. Quando chove muito aqui nesta minha terrinha, que também não se adapta de jeito nenhum a esta estação, temos que enfrentar engarrafamentos longos e enervantes, ruas alagadas, uma série de transtornos, sem falar dos inúmeros desabamentos. Costumo dizer que Salvador é igual a Sonrisal, caiu água, dissolve.

Desde o fim de maio, tem chovido bastante por aqui. Um friozinho danado! Nada demais, mas, para nós, baianos, acostumados ao calor, qualquer ventinho frio nos congela. Argh, odeioooooooo frio! Às vezes, o Sol dá as caras, mas nem se compara ao período em que ele está em plena atividade. É um solzinho tão tímido, que nem me animo a pegar uma prainha, mesmo porque, nesta época, o mar também não colabora.


Este ano, é inverno também em mim. Estou vivendo este inverno difícil de maneira positiva, desfazendo algumas malas emocionais, aproveitando para faxinar o espírito, enterrando esperanças mortas e "parindo" certezas, sem nunca esquecer que após os invernos rigorosos, a primavera desponta com as cores e perfumes das flores. Assim seja!

"No frio do inverno, finalmente aprendi que dentro de mim existe um insuperável verão."
Albert Camus

domingo, 19 de junho de 2011

Esperança


Lembro-me, como se fosse hoje, o dia que minha mãe me apresentou um bichinho verdinho, parecendo um gafanhoto, dizendo que seu nome era Esperança. Eu devia ter uns, sei lá, seis ou sete anos. Estávamos no sítio de meu avô, sentadas na varanda e, de repente, aquele bichinho resolveu participar daquele momento mãe e filha. Ela pegou cuidadosamente a Esperança, me disse que fechasse os olhos e fizesse um pedido. Não, não pedi uma boneca, mesmo porque nunca tive paciência de brincar com bonecas, eu pedi mesmo foi uma big bicicleta. A criancinha não era boba.

Quando abri os olhos, minha mãe me explicou que todas as vezes que eu encontrasse em meu caminho a Esperança, nunca deixasse de fazer um pedido e acreditar nele, me ensinou também que Deus tinha criado aquele bichinho para não esquecermos que também temos esse bichinho verdinho e cheio de possibilidades dentro da gente, um sentimento bom, que nos faz acreditar. Quando sonhamos com algo, disse ela, a Esperança é a primeira a se apresentar e a última a ir embora.

Nunca esqueci aquele dia e bem sei que é a esperança que nos movimenta em direção a realização de sonhos, mas a maturidade (vixe, palavrinha pesadinha essa...rs) e alguns meses de terapia, me ensinaram que a esperança só morre quando os nossos sonhos ultrapassam a linha do possível e desembocam nos mares do impossível. Neste caso, entram em cena as “falsas esperanças”, que podemos ou não alimentar, vai depender do grau de sanidade de cada um, sim, porque às vezes, a gente surta e fica procurando justificativas fantasiosas, tentando nos enganar e tornar o que é falso, real. Santa ingenuidade! Mas, graças a Deus, os surtos passam e voltamos à realidade das esperanças possíveis.

Confesso, que existe até um lutinho básico daquela esperança que morreu, mas para cada esperança que se foi, outras tantas pousam em meu coração.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Dona Paciência


Paciência, realmente, é uma virtude que nunca tive. Sei o quanto é importante, para não dizer saudável, mas meus amigos, antes de nascer, quando entrei na fila das virtudes e defeitos,  para receber tudo o que formaria minha personalidade, definitivamente paciência não fazia parte do pacote.

Por ser muito prática, sempre quero fazer as coisas a meu modo, mas, às vezes, existem fatores que não dependem só de mim e é neste instante que a Dona Paciência é de grande valia e me faz muita falta. Ao longo dos anos, até que consegui adquirir um pouco desta tal senhora, mas como é muito rara, acaba fácil e tão rápido como apagar uma vela.

Não tenho mesmo nenhuma disposição para esperar que as coisas aconteçam, sou do tempo em que cantávamos “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer...” e confesso que esperar é um dos maiores martírios de minha vida. Esperar, para mim, é perder tempo e tempo precioso! Por isso mesmo, sou completamente avessa à filas, consultórios médicos e pessoas que não assimilam o significado da palavra pontualidade. Por não gostar e nem saber esperar faço tudo do meu jeito, quando, como e onde quero. Moldo a vida com minhas mãos e não quero cruzar os braços vendo só o tempo passar, tornando-a uma longa e ansiosa espera. A morte sim me espera em alguma curva e, quando chegar lá, quero ter a certeza que fui piloto e não passageira desta minha viagem

Esperar que a vida dê voltas, o Universo conspire, deixar tudo nas mãos de Deus e acreditar mesmo que tudo tem seu tempo me dá uma sensação de acomodação. Tá certo que Deus ajuda, mas precisamos também fazer nossa parte. Assim, muitas vezes, quero acelerar o processo e acabo mesmo metendo os pés pelas mãos e aí vem aquele anjinho que se chama consciência, que pode me falar também através do conselho de uma amiga que amo, e me diz a palavrinha mágica: PACIÊNCIA. Nesse instante, tenho que dá a mão a palmatória e me convencer que, em alguns setores de minha vida, tenho que me curvar a esta senhora que nunca morou, sequer visitou demoradamente os inúmeros cômodos de meu espírito.

Estou vivendo, atualmente, um momento de espera e, acreditem, essa espera é longa. Às vezes, me dá nos nervos. Talvez, seja uma provação mesmo de Deus, para ver se esta sua humilde filha convida a paciência para fazer parte de seu rol de amigos, pois estou quase tendo certeza que exercitar esta minha ínfima paciência, pode fazer parte de um processo espiritual para me tornar aprendiz de monge. Quem sabe?

Vivendo e aprendendo. E haja PACIÊNCIA!

sábado, 21 de maio de 2011

Por não estarem distraídos

Hoje amanheci relembrando um tempo que já vai distante, mas que deixou marcas, e nada com um bom texto de Clarice sobre relações, para coroar de vez este meu dia.

Um texto sobre o amor que acontece distraído, por acaso, no desenrolar da vida, na leveza das atitudes, na sede saciada em fontes de admiração, mas que, infelizmente, às vezes, morre num mar de obrigações e cobranças.

Quero viver intensamente amores distraídos. Esses sim, me fazem feliz!


POR NÃO ESTAREM DISTRAÍDOS – Clarice Lispector


Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que por admiração se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles. Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria e peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles. Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque - a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras - e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração. Como eles admiravam estarem juntos!

Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que estava ali, no entanto. No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram. Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais distraídos.

sábado, 14 de maio de 2011

Um ano de blog!


Coisa boa! Um ano de blog!

Um ano que coloco aqui, nesta minha casa virtual, “muito de mim” e muito daqueles que amo. Um ano de aprendizagem. Um ano de experiências registradas. Um ano desfazendo malas emocionais e renovando esperanças.

São 72 posts, 63 amigos seguidores, inúmeros comentários deliciosos, doze selos ofertados com carinho, quatro mudanças de layout de acordo com a estação do ano e, principalmente, de meu espírito... Muito mais que números, o importante mesmo é que este espaço se tornou o meu lugar. Lugar esse, que me permite ir muito além da tela do computador.

Sempre gostei de me expressar. Não consigo guardar nada que sinto ou vivencio. Sou movida a paixão e compartilhar isso sempre foi fundamental, falando ou escrevendo. A dinâmica de minha existência sempre foi de dentro para fora. Sentir, agir, expressar. Assim sou eu!

No final de 2009, minha colega de trabalho e agora amiga Paty, criou seu blog (Impressões, Memórias e Desventuras) e sugeriu que eu criasse um também. Como eu vivia dizendo que um dia escreveria um livro sobre relacionamentos, aliás, projeto que está engavetado, mas não esquecido, ela achou que seria uma ótima oportunidade para começar o tal livro. Achei a idéia boa, mas não levei adiante.

Como nada acontece por acaso, alguns meses depois, a diretora da escola que trabalho, me inscreveu num curso cujo tema era Tecnologia e Educação. No último dia de curso, o módulo tratava sobre a criação de blogs. O primeiro tijolo desta minha casa virtual foi colocado neste dia, uma sexta-feira – 14 de maio de 2010. De lá para cá, um mundo, o meu mundo fica devidamente registrado. Essa é a minha terapia: escrever tudo que vivencio, tudo que faz minha vida ter sentido. Arrumo minha bagagem emocional neste espaço e ainda decoro a sala de visitas com textos de meus autores preferidos.

Mas não me contento em ficar só no meu cantinho não. Faço passeios maravilhosos! E neste vai e vem virtual, visitando blogs, fiz amigos que me emocionam, me alegram, me informam. Seus blogs passaram a fazer parte de minha rotina. Passear por suas linhas sempre me enriquece.

Aqui, também recebo suas visitas, abrindo as portas de meu coração e deixando sempre um cafezinho a postos para não perder o fio da conversa. Sentamo-nos nas varandas de nossas almas e desfiamos nossos rosários de intenções, boas intenções. Interagimos e nos deixamos conhecer através da palavra.
 
A vida como ela é se desnuda num tocar de teclas e nos conecta com o que há de melhor em cada um de nós.

Família, amigos e seguidores, agradeço por se fazerem presentes aqui, enchendo esta minha casa de luz e carinho.

Para vocês, a primeira fatia do bolo! rs

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Amor Maior

 
Já postei aqui um texto relatando minhas experiências maternas. Ser mãe com pouca idade me fez ter inúmeras experiências inusitadas, que foram me transformando. Só tive mesmo plena consciência desta imensa responsabilidade amorosa, quando o meu Di atravessava a adolescência. Filha de uma supermãe como a minha, um dia eu teria que aprender. Minha mãe sempre será o meu maior exemplo de amor materno.

Hoje, sei o quanto este amor incondicional é o alicerce mais sólido de minha vida. Esse amor é capaz de mover montanhas, atravessar oceanos a nado, driblar invernos rigorosos, sair ileso de uma caverna de leões... Enfim, é o amor ÁGAPE.

O meu filho já é um homem, mas todas as vezes que olho para ele sinto-o como minha criança ainda. Às vezes, quando chega da faculdade, vem procurar meu colo. Aquele homem todo, quase 1,90 de altura, esparramado na cama comigo, aninhado em meu colo, como se fosse ainda aquele menino gordinho que eu fazia dormir, cantando canções de ninar.

Ele se encaixa ao meu lado e me conta como foi o dia. De vez em quando, chega com cenho franzido e me diz: mãe, preciso conversar. O meu coração se enche de emoção, mesmo preocupada com o tal cenho franzido, mas a emoção é por ter a certeza que sou seu porto seguro, por saber que temos uma cumplicidade verdadeira. Não temos segredos. Conversamos sobre tudo, tudo mesmo. Outro dia ouvindo-o dizer a namorada que sou sua melhor amiga, me derreti toda.

De vez em quando temos nossos conflitinhos, principalmente quando quero tratá-lo como criança. Acho que, por não ter me empenhado muito em sua infância, quero resgatar isso agora. Às vezes, reconheço que sou a mãe bem chatinha, principalmente no que diz respeito à sua proteção e segurança. Sendo ele músico, trabalhando a noite, fico muito preocupada e ligo constantemente para saber se já chegou ao lugar que vai tocar ou se já está chegando em casa, se já se alimentou, orientar quanto a bebida e direção. Quando ele está de bom humor até dá risada, mas quando está estressado repete sempre a mesma frase: mãe, eu não sou criança. E eu sempre respondo: para mim é, e encerro a questão.

Antes de ontem, quando cheguei em casa, encontrei meu amor maior queimando de febre. Imaginem o meu desespero! Fui com ele ao hospital e me lembrei quando ele era um bebê e teve sua primeira crise asmática. O médico não sabia se atendia a criança ou tratava minha histeria, pois eu chorava compulsivamente, acreditando que ele não sobreviveria àquela crise. Coisas de mãe jovem e louca! Dessa vez, me controlei mais, porém quando o vi tremendo e tão apático por conta do febrão, queria que aquilo tudo fosse comigo e controlar o choro foi difícil, mas se eu chorasse, ele iria ficar mais angustiado ainda.

Graças a Deus ele já está melhor. Nem estou ligando quando ele me diz que não é mais criança nas inúmeras vezes que sento ao seu lado para alimentá-lo, quando fico paranóica com os horários dos remédios ou ainda quando fico enchendo o saquinho dele de cinco em cinco minutos, enfiando o termômetro debaixo de seu braço e vibrando cada vez que noto que a febre está cedendo.

Faço vigília de seu sono, olhando-o dormir e sem febre, uma emoção toma conta de mim. Tenho muito orgulho do ser humano que meu filho é. Um homem raro. Bonito, inteligente, bom caráter... Um homem bom. Um filho maravilhoso! Tem lá seus defeitinhos, mas suas virtudes superam muito seus defeitos.

Presente do Dia das Mães? Já ganhei de Deus, há exatamente 24 anos: o privilégio de ser mãe deste ser humano chamado Diego.

Desejo a todas as mães, um Dia das Mães bem amoroso com seus filhos e, para aquelas cujos filhos estão longe ou no plano espiritual, a certeza que este amor incondicional aproxima os corações.

sábado, 30 de abril de 2011

Celebrando minha Vida


Hoje completo mais um ano de vida. Amoooooooooooooo dia de aniversário! Lembro-me que, quando criança, ficava o mês todo perturbando o juízo da família para que não houvesse esquecimento de data tão especial. Minha mãe era a mais atormentada, pois a fofinha aqui, desde a mais tenra idade, gostava de ser lembrada com festa. Aniversário sem festa? Isso, em minha cabecinha infantil, não existia, aliás, até hoje esta data tem que ser comemorada. Minha mãe, mesmo em épocas de vacas magras, que não foram poucas, sempre arranjava um jeito de fazer nem que fosse só um bolinho para que eu cantasse "parabéns" com a família e os amiguinhos. Que saudade daqueles bolinhos! Eram simples, mas feitos com tanto amor, que valiam mais que qualquer festança com animadores e centenas de docinhos.

Oba, mais um ano!!! Dia de aniversário é o momento de agradecermos a Deus mais um ano de vida, mais um ano de aprendizagem, mais um ano convivendo com aqueles que amamos, mais um ano que lutamos para realizar sonhos, mais um ano de trabalho, mais uma ano de novos amigos e amores... É o dia que celebramos a Vida, a nossa Vida!

Este ano, comecei a comemorar desde ontem. Reuni amigos que amo num famoso botequim da cidade, onde as atrações são bandas de samba, o famoso Partido Alto. Foi uma delícia! Pensem numa noite perfeita, assim foi ontem. Alegria e disposição não faltaram. Sambamos, comemos, bebemos e nos entregamos a uma doce e amorosa comemoração de Vida e Amizade.

E, continuando a comemoração dessas minhas algumas décadas e mais um pouquinho de vida, hoje tem mais e em grande estilo. O que? A mocinha aqui tá cotada...rs Hoje terei o imenso e amorosíssimo prazer de jantar com os meus grandes amores, aqueles que ocupam as maiores porções deste meu coração aniversariante: meu filho, meu pai, meus irmãos, minhas cunhadas, meus sobrinhos e minha nora. Vai faltar alguém? Claroooooooooooooo. Minha mãe, minha irmã e seus filhotes que moram longe, porém mesmo distantes estarão presentes, pois o nosso amor nos aproxima. Sei que vai ser uma noite muito especial!

Completo sim mais um ano, mas não me sinto mulher madura ( Roberto Carlos que me desculpe, mas odeio esta expressão) ou coroa, muito pelo contrário, acredito que experiência nos torna mais leves e menos encanados, o que faz rejuvenescer e não cair do pé de tão maduros. O corpo pode até nos trair, mas o espírito nunca terá a idade do desânimo e do cansaço, tenhamos a idade que tivermos. Meu inquieto espiríto é e sempre será um jovenzinho, descobrindo os segredinhos desta louca vida. Aliás, costumo dizer que mulher não envelhece, fica loura!rs


Obrigada Senhor, por este presentão chamado VIDA!

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Sou pássaro e não paisagem!


Iniciei esta semana de aniversário, refletindo sobre o tempo. Um balanço dessas minhas algumas décadas e um pouquinho neste mundo de Deus...rs e cheguei a conclusão que este tal tempo tem sido muito generoso comigo, até porque essa minha intensa paixão pela vida, não me permite preocupações com o Senhor Tempo. Assim como Clarice, “ não tenho tempo pra mais nada, ser feliz me consome muito”.

Lendo este belíssimo texto de Dalai Lama, constatei que me tornei uma pessoa muito mais feliz, quando deixei de colecionar os nãos e abri meus braços e coração para as pequenas felicidades, que mesmo quando se disfarçam e brincam de esconde-esconde, eu, pássaro, livre e alçando voos, determinada e teimosa como sou, sempre as encontro. Assim seja!

SOU PÁSSARO E NÃO PAISAGEM!

TRIBUTO AO TEMPO

"Dizem que a vida é curta, mas não é verdade.
A vida é longa para quem consegue viver pequenas felicidades.
E essa tal felicidade anda por ai, disfarçada, como uma
criança tranquila brincando de esconde-esconde.
Infelizmente às vezes não percebemos isso e passamos
nossa existência colecionando nãos:
a viagem que não fizemos,
o presente que não demos,
a festa que não fomos,
o amor que não vivemos,
o perfume que não sentimos.
A vida é mais emocionante quando se é ator
e não espectador;
quando se é piloto e não passageiro,
pássaro e não paisagem, cavaleiro e não montaria.
E como ela é feita de instantes, não pode nem deve ser
medida em anos ou meses, mas em minutos e segundos.
Esta mensagem é um tributo ao tempo.
Tanto aquele tempo que você soube aproveitar no passado quanto aquele
tempo que você não vai desperdiçar no futuro.
Porque a vida é agora... Não tenha medo do futuro,
apenas lute e se esforce ao máximo para que ele seja
do jeito que você sempre desejou.
A morte não é maior perda da vida.
A maior perda da vida é o que
morre dentro de nós enquanto vivemos."
(Dalai Lama)
Related Posts with Thumbnails