Estou passando alguns dias em Carajás, no núcleo residencial da Vale, no Pará. A Serra dos Carajás fica localizada no Parque Ecológico de Carajás em plena floresta Amazônica, no município de Parauapebas, Pará. Na serra está localizada a maior mina de ferro a céu aberto do mundo, explorada pela Companhia Vale.
O Núcleo Urbano é uma área residencial subsidiada pela Vale, onde os funcionários da empresa residem. Minha irmã, minha mãe e meus sobrinhos residem aqui e é a segunda vez que visito este lugar encantador.
O núcleo é uma vila que foi projetada num conceito de cidade de primeiro mundo. Aqui, além de nos encantarmos com a fauna e flora da Floresta Amazônica, nos admiramos também com a organização, limpeza, respeito, preservação do meio ambiente... Enfim, tudo que proporciona aos felizardos que habitam este local uma excelente qualidade de vida.
As crianças, desde a mais tenra idade, já reconhecem as cores referentes a coleta de lixo seletiva. Em cada casa tem os baldes específicos para lixo seco e úmido. No caso do lixo seco tem que se separar também plásticos, papéis, metais e vidros. Existe também uma tabela para a coleta do lixo, programada de acordo com o dia da semana.
A vila é muito limpa e jogar lixo no chão é uma atitude considerada primitiva, quase um crime inafiançável. O meu sobrinho de cinco anos realiza verdadeiras palestras sobre o tema "Como é feio jogar lixo no chão".
Homem, fauna e flora vivem em perfeita harmonia neste lugar. Coelhos, cotias e quatis passeiam tranquilamente pela vila e passam por nós quase nos cumprimentando, passarinhos nos acordam com verdadeiros concertos ao ar livre, dignos de fazer inveja a qualquer orquestra sinfônica.
O transporte? Adivinhem como poderia ser num lugar onde as pessoas realmente se preocupam com o mundo que vão deixar para as futuras gerações. Bicicleta, é claro! Todos se locomovem sobre duas rodas. Além de não poluir o ambiente é uma excelente maneira de manter a forma.
As crianças estudam numa excelente escola da rede Pitágoras, que possui projetos pedagógicos muito interessantes voltados para valores e preservação do meio ambiente.
Violência aqui não existe, nada de roubos, brigas, crimes, sequestros... A vila tem sistema de segurança 24 horas. As visitas de parentes e amigos precisam ser comunicadas com antecedência, pois o acesso é restrito.
Os índios de reservas próximas frequentam a vila. É comum vê-los reunidos no bosque, nos restaurantes ou nos mercados.
A vida social se resume as festas no clube, alguns restaurantes, os eventos da igreja, festas de aniversários ou reuniões de amigos em alguma casa. Os mais jovens costumam ir a Parauapebas, distante do núcleo meia hora de carro, onde há mais opções de lazer.
Amooooooooooo este lugar. Quando estou aqui descanso, coloco minhas leituras em dia, escrevo, respiro ar puro e, o mais importante, aproveito cada instante que passo ao lado de minha família e dos amigos que fiz. Só não me acostumei ainda com o frio que faz a noite, mas sempre tem cobertores apropriados além, é claro, do cafezinho quentinho de minha mami.
O melhor aspecto deste lugar? Aqui estão a minha mãe, a minha irmã e os meus sobrinhos, algumas das pessoas que mais amo e que fazem a saudade se tornar minha fiel companheira quando volto para casa.
Saudade não se define
Uma palavra, uma reticência
Mas se quiser que rime
Saudade é a dor da ausência.