sábado, 31 de julho de 2010

Baú de Segredos

Ontem um amigo me disse que temos um "baú de segredos". Achei a expressão interessante, como se fôssemos crianças, compartilhando brinquedos escondidos num grande baú, que só nós dois tivéssemos acesso. Segredo compartilhado requer confiança. O que diremos então de um baú cheinho deles? rsrs Nesse caso, além de confiança, a cumplicidade é a chave do segredo!
Todos nós temos os nossos segredos. Segredos que nos fazem guardar uma porção do que somos para nós mesmos, segredos que atormentam, segredos que libertam, segredos de alcova (esses são os melhores...rs), segredinhos que podem ser compartilhados, segredões inconfessáveis, segredos inofensivos, segredos que podem magoar e por isso mesmo são segredos... Enfim, quem de nós não tem segredos? Segredos são os pacotes fechados encontrados nos labirintos de nossa personalidade.
Bom mesmo é termos com quem compartilhá-los. Abrir e confiar os pacotes sem constrangimentos nem qualquer receio de censura. Ter a certeza que nossos pacotes serão bem guardados e encherão um baú repleto de significados que entrelaçam vidas.
Uma vez alguém me disse que segredo compartihado deixa de ser segredo. Será? Segredo pode e deve ser dividido, principalmente se for daqueles que nos atormentam e que precisam de um conselho, uma aceitação, um gesto de amor..
Amooooooo ter a certeza que existem pessoas bem especiais, com as quais posso dividir meus segredos. Pessoas que conquistaram minha confiança, meu respeito, minha admiração, meu baú... Conquistei também alguns baús e sei zelar por eles e pelos tesouros que guardam.

" Nosso baú de segredos " Gostei!

domingo, 25 de julho de 2010

Reflexões Nupciais


Sei que as casadoiras de plantão não vão gostar muito, mas tirando as raras exceções, casamento pega o amor pela mão e o convida a se retirar da festa.
Fui casada por longos quatro anos (aff... uma eternidade). Para mim, que sempre fui uma criatura cheia de sonhos, inquieta por natureza e com o espírito gritando para ser livre, inconscientemente foi uma maneira de sair de um regime patriarcal severo e cuidar de minha vida. Isso, claro, tirando o fato da gravidez ter me levado de véu e grinalda ao altar...rsrs
Creditei o fracasso de meu casamento ao fato de ter casado muito jovem e sempre ter tido uma vontade louca de viver intensamente. O casamento me atava a uma rotina de vida que, apesar de existir amor, fechava as possibilidades de novas experiências. O "tão grande amor" que nos uniu não foi suficiente para aquietar meu espírito e me fazer feliz. O tempo urgia e eu precisava viver, conhecer, conquistar, ter ideais e lutar por eles. Movimento, descobertas, experiências, projetos, alegrias, tristezas... Precisava sair daquele mundinho chamado casamento e me conhecer, desbravando meu universo interior. E tinha que fazer isso sozinha!
Depois de muitos anos avessa a casamento e com verdadeiros discursos prontos sobre este tema, a vida mais uma vez me surpreendeu com uma vontade louca e inexplicável de casar novamente (um surtinho básico...kkk). Acreditava que tinha atingido um grau de maturidade ( insanidade talvez) que já me permitia curtir as dores e delícias de dividir minha sagrada vida com alguém. Comecei a planejar uma vida a dois com entusiasmo, quase me sentindo uma mocinha casadoira...rsrs Como sempre me lanço de cabeça em tudo que acredito, dessa vez quebrei a cabeça (traumatismo craniano grave) antes do início de tão esperado momento.  
Na época fiquei tentando administrar tamanha frustração, mas hoje, analisando os fatos com a ajuda da distância do tempo e com a convicção que meu espírito é cada vez mais livre, tenho absoluta certeza que não conseguiria levar adiante tão "nobre" projeto.  Prezo demais minha liberdade! Talvez até conseguisse viver a dois por um tempo, mas quando a cruel rotina se instalasse como um parasita, trazendo pequenos incômodos e desgastes, meu espiríto sufocaria, fazendo o amor pular a janela e fugir sem olhar para trás.
Olho em volta e vejo tanta gente sofrendo pelos descompassos de objetivos e anseios numa relação de casamento. O comodismo masculino não consegue se afinar com as expectativas amorosas femininas e esta falta de afinidade tem levado casais a se machucarem gratuitamente, esmagando o amor que um dia os uniu.
Namorar é que encanta, alegra, faz colorir a vida! Namorar é poder se distanciar para repensar a relação, é sentir saudade e ter imenso prazer nos vários reencontros. É compartilhar sim a vida, mas de uma maneira menos invasiva e com mais romantismo.
Para quem ainda não casou, vale a tentativa e todo o meu desejo de felicidade.  Para aqueles que já conheceram os infernos e paraísos de um casamento e que possuem um espírito tão livre quanto o meu, desejo namoros eternos e apaixonados.


domingo, 18 de julho de 2010

Grande Mário Prata!


Reli hj uma crônica de Mário Prata sobre as mulheres de quarenta. Nem preciso comentar que é uma das que mais gosto, principalmente porque o autor descreve com perfeição as dores e as delícias desta fase da vida que conheço muito bem...kkk Realmente me reconheço neste texto. Por que será? rsrsrs
Amooooooooooo as crônicas de Mário Prata e compartilho aqui alguns trechos da crônica que reli. Sei que as quarentonas de plantão também vão gostar e  para aquelas que já estão perto de "quarentar", será uma alegria saber que  poderá ser a melhor fase de suas vidas. 

AS MULHERES DE QUARENTA
"Não tenho estatísticas em mãos e nem sei se existe alguma coisa a respeito das mulheres na faixa dos 40 ao 50, sobre o seu estado civil. Mas se eu for pensar nas minha amigas que estão por aí, posso afirmar que a grande maioria está separada. E com filhos...

Como eu sou de uma faixa um pouquinho acima, vou meter meu bedelho (que palavrinha mais feia) entre as quarentonas (pra começar, elas odeiam a palavra quarentona, saudosas dos trintinha. E temem o inevitável: cinqüentona. Sexagenária elas não ousam nem pensar. Lembra aquelas tias que elas achavam carcomidas pelo tempo e pela memória).

Eu dizia que elas se acham acabadas. Porque elas não se consideram achadas? A mulher de quarenta tem várias vantagens. A primeira é que já tiveram os filhos que tinham que ter e a gente não precisa se preocupar com a possibilidade de elas quererem mais um (aliás, conheço uma quarentinha – olha que simpático – que já é avó), justamente como a gente que não estamos mais a fim de trocar fralda, ir na reunião de pais e filhos e vigiar a maconha na adolescência. Esta parte elas já resolveram.

Outra vantagem é que elas sabem que Cinema Novo não é aquele cineminha que inauguraram outro dia no shopping. Cantam as músicas dos Beatles com a gente e também não sabem muito bem quem são Oásis...

Sexualmente sabem tudo. E como... Aquele negócio de ter orgasmo assim ou assado (assado é péssimo) elas já resolveram há mais de uma década. E já viveram o suficiente para se darem ao luxo de filosofarem sobre a vida, sem aquelas bobagens que as meninas de vinte pensam e dizem e, ás vezes, até escrevem em diário.

... A mulher de 40 vai direto ao assunto. Eles já perceberam que podem comer e não apenas dar. As mulheres de 40 comem como gente grande, comem como homem. E a gente dá, com prazer.

A mulher de 40 já tomou aqueles porres memoráveis de quando tinha trintinha. Ela sabe beber. E ainda puxa um sem ficar rindo feito uma principiante de 20 e sem a culpa da turma de 50. Dois tapinhas e vai para o cinema. Relaxadona, dona.

Ah, a mulher de 40 no verão chega ao seu esplendor debaixo do sol. Sabe a medida certa da sua cor e do seu suor. Sai da água como se saísse de um aquário, como se desfilasse em cima da água. Não acampa mais, nem fica em pousada sem internet. A mulher de 40 sabe onde quer ficar. Gosta de um confortinho.

Ela se pinta pouco, ao contrário das de vinte e das de 50 e 60. No máximo um batom básico. Não se enchem de perfumes e pode pintar o cabelo até de vermelho que lhe cai bem. Não fica ridículo com as de 20 ou 50.

Enfim, a mulher de 40 sabe tudo e não está nem aí.

Por que então você sofre, mulher? O mundo não está perdido, está achado. Você é o melhor papo da praça. Você é o que há."
Mário Prata

terça-feira, 13 de julho de 2010

Pausa para Reflexão


Meu espírito está acelerado, tentando viver várias coisas de uma vez só. Tenho pressa em realizar, desfrutar, conhecer, sentir... O tempo escorre pelas minhas mãos. Talvez, depois de algumas décadas de vida, seja assim mesmo. Parece que o tempo passa mais rápido e não podemos perdê-lo.
Tempo, tempo, tempo.... Quão amigo pode ser! Quão cruel também!
Amo o tempo amigo no reencontro, no afago de um amigo, nas notícias boas, na produção de um bom trabalho, nos sabores, nos inúmeros prazeres oferecidos pela natureza, no contato com as pessoas que amo, no carinho do meu filho, na conquista de um amor, nos beijos apaixonados em noites apaixonantes, nas viagens, na ajuda, no conselho, na oração....
Mas não esqueço que esse tal  tempo também é cruel nas rugas, nas dores, nos descompassos da vida, na espera de cura, no esquecimento de um amor, na transformação do corpo, nos hiatos da mente...
Eu, querendo viver tudo todo tempo, tentando loucamente transformar o tempo cruel em tempo amigo, acabo acelerando meu ritmo e esquecendo que tudo tem seu tempo.
Parei. Estou em fase de decisões importantes. Preciso desacelerar e usar minha tecla interior de pausa para refletir. 
O tempo não pára, mas eu posso parar um tempo para arrumar ideias e sentimentos. Pausa para a busca de equilíbrio, sensatez e sabedoria, a fim de aproveitar melhor o meu tempo.


"A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando de vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado... "
Mário Quintana

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Reencontro com a rotina


Voltei para casa e trouxe na mala bastante saudade.
Como é bom esse movimento da vida! Esse ir e vir que me permite novas experiências, essa certeza que nada é estático, que a vida flui através de momentos e escolhas, que nos preparam para novos momentos e escolhas.
Em cada viagem que faço encho meu espírito de expectativa e disposição a fim de celebrar cada minuto vivido intensamente.
Passar esses dias em Carajás com parte de minha família e novos amigos me fez renovar as promessas de escolher sempre ser feliz.
Retornei ao trabalho na segunda, reencontrando minha rotina e, apesar de está um pouquinho cansada, pois cheguei em Salvador na silêncio da madrugada depois de outro chá de aeroporto em Belo Horizonte, estou feliz por voltar a trabalhar, rever colegas e alunos.
Iniciei este semestre com ideias novas, novos projetos e muita disposição. O ar puro de Carajás, a pausa para o descanso, o carinho da família e dos amigos recarregaram minhas baterias...rsrs
Sei que  no final do ano estarei mais uma vez brigando com a rotina, cansada, doidinha para desfrutar o período de férias e já planejando outra viagem. Às vezes fico até parecendo aqueles presidiários, que riscam palitinhos na parede para contar os dias que faltam para a liberdade. Isso sem falar nos dias que o astro rei brilha forte, me lembrando que a praia me espera para mais um verão ...rsrs
Mas enquanto esse período não chega, vou curtindo as delícias dessa minha doce rotina.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Carajás


Estou passando alguns dias em Carajás, no núcleo residencial da Vale, no Pará.
A Serra dos Carajás fica localizada no Parque Ecológico de Carajás em plena floresta Amazônica, no município de Parauapebas, Pará. Na serra está localizada a maior mina de ferro a céu aberto do mundo, explorada pela Companhia Vale.
O Núcleo Urbano é uma área residencial subsidiada pela Vale, onde os funcionários da empresa residem. Minha irmã, minha mãe e meus sobrinhos residem aqui e é a segunda vez que visito este lugar encantador.
O núcleo é uma vila que foi projetada num conceito de cidade de primeiro mundo. Aqui, além de nos encantarmos com a fauna e flora da Floresta Amazônica, nos admiramos também com a organização, limpeza, respeito, preservação do meio ambiente... Enfim, tudo que proporciona aos felizardos que habitam este local uma excelente qualidade de vida.
As crianças, desde a mais tenra idade, já  reconhecem as cores referentes a coleta de lixo seletiva. Em cada casa tem os baldes específicos para lixo seco e úmido. No caso do lixo seco tem que se separar também plásticos, papéis, metais e vidros. Existe também uma tabela para a coleta do lixo, programada de acordo com o dia da semana.
A vila é muito limpa e jogar lixo no chão é uma atitude considerada primitiva, quase um crime inafiançável. O meu sobrinho de cinco anos realiza verdadeiras palestras sobre o tema "Como é feio jogar lixo no chão".
 Homem, fauna e flora vivem em perfeita harmonia neste lugar. Coelhos, cotias e quatis  passeiam tranquilamente pela vila e passam por nós quase nos cumprimentando, passarinhos nos acordam com verdadeiros concertos ao ar livre, dignos de fazer inveja a qualquer orquestra sinfônica.
O transporte? Adivinhem como poderia ser num lugar onde as pessoas realmente se preocupam com o mundo que vão deixar para as futuras gerações. Bicicleta, é claro! Todos se locomovem sobre duas rodas. Além de não poluir o ambiente é uma excelente maneira de manter a forma.
As crianças estudam numa excelente escola da rede Pitágoras, que possui projetos pedagógicos muito interessantes voltados para valores e preservação do meio ambiente.
Violência aqui não existe, nada de roubos, brigas, crimes, sequestros... A vila tem sistema de segurança 24 horas. As visitas de parentes e amigos precisam ser comunicadas com antecedência, pois o acesso é restrito.
Os índios de reservas próximas frequentam a vila. É comum vê-los reunidos no bosque, nos restaurantes ou nos mercados.
A vida social se resume as festas no clube, alguns restaurantes, os eventos da igreja, festas de aniversários ou reuniões de amigos em alguma casa. Os mais jovens costumam ir a Parauapebas, distante do núcleo meia hora de carro, onde há mais opções de lazer.
Amooooooooooo este lugar. Quando estou aqui descanso, coloco minhas leituras em dia, escrevo, respiro ar puro e, o mais importante, aproveito cada instante que passo ao lado de minha família e dos amigos que fiz. Só não me acostumei ainda com o frio que faz a noite, mas sempre tem cobertores apropriados além, é claro, do cafezinho quentinho de minha mami. 
O melhor aspecto deste lugar? Aqui estão a minha mãe, a minha irmã e os meus sobrinhos, algumas das pessoas que mais amo e que fazem a saudade se tornar minha fiel companheira quando volto para casa.

                                                         Saudade não se define
                                                         Uma palavra, uma reticência
                                                         Mas se quiser que rime
                                                         Saudade é a dor da ausência.

Related Posts with Thumbnails