domingo, 25 de julho de 2010

Reflexões Nupciais


Sei que as casadoiras de plantão não vão gostar muito, mas tirando as raras exceções, casamento pega o amor pela mão e o convida a se retirar da festa.
Fui casada por longos quatro anos (aff... uma eternidade). Para mim, que sempre fui uma criatura cheia de sonhos, inquieta por natureza e com o espírito gritando para ser livre, inconscientemente foi uma maneira de sair de um regime patriarcal severo e cuidar de minha vida. Isso, claro, tirando o fato da gravidez ter me levado de véu e grinalda ao altar...rsrs
Creditei o fracasso de meu casamento ao fato de ter casado muito jovem e sempre ter tido uma vontade louca de viver intensamente. O casamento me atava a uma rotina de vida que, apesar de existir amor, fechava as possibilidades de novas experiências. O "tão grande amor" que nos uniu não foi suficiente para aquietar meu espírito e me fazer feliz. O tempo urgia e eu precisava viver, conhecer, conquistar, ter ideais e lutar por eles. Movimento, descobertas, experiências, projetos, alegrias, tristezas... Precisava sair daquele mundinho chamado casamento e me conhecer, desbravando meu universo interior. E tinha que fazer isso sozinha!
Depois de muitos anos avessa a casamento e com verdadeiros discursos prontos sobre este tema, a vida mais uma vez me surpreendeu com uma vontade louca e inexplicável de casar novamente (um surtinho básico...kkk). Acreditava que tinha atingido um grau de maturidade ( insanidade talvez) que já me permitia curtir as dores e delícias de dividir minha sagrada vida com alguém. Comecei a planejar uma vida a dois com entusiasmo, quase me sentindo uma mocinha casadoira...rsrs Como sempre me lanço de cabeça em tudo que acredito, dessa vez quebrei a cabeça (traumatismo craniano grave) antes do início de tão esperado momento.  
Na época fiquei tentando administrar tamanha frustração, mas hoje, analisando os fatos com a ajuda da distância do tempo e com a convicção que meu espírito é cada vez mais livre, tenho absoluta certeza que não conseguiria levar adiante tão "nobre" projeto.  Prezo demais minha liberdade! Talvez até conseguisse viver a dois por um tempo, mas quando a cruel rotina se instalasse como um parasita, trazendo pequenos incômodos e desgastes, meu espiríto sufocaria, fazendo o amor pular a janela e fugir sem olhar para trás.
Olho em volta e vejo tanta gente sofrendo pelos descompassos de objetivos e anseios numa relação de casamento. O comodismo masculino não consegue se afinar com as expectativas amorosas femininas e esta falta de afinidade tem levado casais a se machucarem gratuitamente, esmagando o amor que um dia os uniu.
Namorar é que encanta, alegra, faz colorir a vida! Namorar é poder se distanciar para repensar a relação, é sentir saudade e ter imenso prazer nos vários reencontros. É compartilhar sim a vida, mas de uma maneira menos invasiva e com mais romantismo.
Para quem ainda não casou, vale a tentativa e todo o meu desejo de felicidade.  Para aqueles que já conheceram os infernos e paraísos de um casamento e que possuem um espírito tão livre quanto o meu, desejo namoros eternos e apaixonados.


5 comentários:

  1. Faço das palavras de minha amiga, minhas palavras sem pôr nem tirar.
    A você amiga,um pouco de Raul Seixas...

    MEDO DA CHUVA
    É pena que você pense
    Que eu sou seu escravo
    Dizendo que eu sou seu marido
    E não posso partir

    Como as pedras imóveis na praia
    Eu fico ao seu lado sem saber
    Dos amores que a vida me trouxe
    E eu não pude viver

    Eu perdi o meu medo
    O meu medo, o meu medo da chuva
    Pois a chuva voltando
    Pra terra traz coisas do ar

    Aprendi o segredo, o segredo
    O segredo da vida
    Vendo as pedras que choram sozinhas
    No mesmo lugar

    Eu não posso entender
    Tanta gente aceitando a mentira
    De que os sonhos desfazem aquilo
    Que o padre falou

    Porque quando eu jurei meu amor
    Eu traí a mim mesmo, hoje eu sei
    Que ninguém nesse mundo
    É feliz tendo amado uma vez...
    Uma vez

    Eu perdi o meu medo...

    Aprendi o segredo, o segredo
    O segredo da vida
    Vendo as pedras que
    Choram sozinhas no mesmo lugar

    Vendo as pedras que
    Choram sozinhas no mesmo lugar
    Vendo as pedras que
    Sonham sozinhas no mesmo lugar.

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  2. Não dá pra viver sem paixão, trabalhar sem paixão, ser feliz sem paixão. Casamento e paixão são coisas incompatíveis.
    Adorei o texto, e a música de Raul complementou brilhantemente o que vc disse.

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  3. nao entendi...
    será que posso pedir para explicar??rs
    o qeu uma coisa tem haver com a outra...

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  4. Primaaaaaaaaaaaaaa vc não entendeu porque ainda não casou...kkkkkkkkkkkkkkkk Quem já passou por esta tão "nobre" experiência entende..rsrs Bjssssssss

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  5. kkkkkkkkk
    ah ta, e ele ja casou??
    bom, sempre escutei essa musica com outro sentido...

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