sexta-feira, 25 de junho de 2010

Lembranças Juninas


Já contei aqui que prefiro o Carnaval aos festejos juninos, mas tenho boas lembranças das festas de São João.
Como sempre fui muito "festeira", nunca deixei de participar das comemorações do mês de Junho.
Lembro com saudade que, na infância, a família toda ia para a casa de meu avô, na cidade de Amélia Rodrigues. Lá, a festança sempre foi muito animada, com direito a fogueira no quintal, milho assado, licores caseiros e toda aquela comilança sem fim. As crianças soltando suas bombinhas de traque e as famosas chuvinhas. Isso sem falar nos vulcões, que também eram uma sensação. Ficávamos fascinados com aquelas faíscas de fogo coloridas que iam aumentando e iluminando tudo. Meu avô sempre gostou de casa cheia e amava este período de festas juninas. Quanta saudade vô!
Na adolescência, já com os hormõnios solicitando mais emoções...kkk, passava as festas desta época em Santo Amaro, junto com primas e primos, descobrindo os efeitos de um bom licor. Festas na praça com bandas de forró, parque e barraquinhas de jogos. Mas, o melhor mesmo era, com certeza, a paquera que corria solta. A fofinha aqui era bem danadinha e minha mami sempre pedia aos santos do mês que cuidassem de mim. São João, São Pedro e Santo Antonio tinham muito trabalho comigo...kkk
Na fase adulta, muitas viagens nesta época. Senhor do Bomfim, Amargosa, Santo Estevão, Aracaju, Serrinha, Maceió.... Mas, o São João inesquecível mesmo, foi uma viagem que fiz com minha irmã para Campina Grande. Essa viagem foi "a viagem", apesar de alguns contratempos.
Fomos numa excursão de ônibus, parando em algumas capitais do Nordeste, até chegarmos à Paraíba. No meio do caminho todos já se conheciam, devido a algumas dinãmicas de integração, realizadas durante a viagem. Conheci pessoas e lugares bem legais! 
As festas juninas em Capina Grande realmente são fascinantes e sempre recomendo aos meus amigos. A cidade respira forró. Gente bonita e animada. Programação bem variada com bandas, quadrilhas, apresentações que deixam os turistas encantados. Tem forró para todos os gostos, desde o pé-de-serra até os mais modernos. Comidas típicas saborosíssimas ( para quem aprecia, é claro) e licores que parecem feitos por deuses nordestinos.
A criatura aqui se animou tanto, que voltou com o pezinho esquerdo engessado. A vantagem de ter quebrado o pé e ter passado uma boa parte da noite de São João na emergência de um hospital, foi ter sido muito mimada por todos, inclusive pelo paquera (eta palavrinha antiga..rsrs), que não cansava de me paparicar. Apesar da dor e dos remédios, que me obrigaram a esquecer licores e afins, no final das contas foi tudo muito romântico...rsrs Houve até um momento em que ele, na saída da festa, digamos assim, um pouco alegrinho, decidiu que iria me carregar até o ônibus. Não tive como recusar. Ele era grandão e eu bem mais leve...rsrs  Um fofo muito cavalheiro! Resultado do cavalheirismo do rapaz? Caímos e quase quebrei o outro pé...kkk .
Lembranças, lembranças, lembranças.... Recordar é viver e neste momento, registrando essas histórias de minha vida, relembro cada momento com saudade.
Este ano, a noite de São João também foi especial e guardada com carinho na caixinha de minhas lembranças.

Um comentário:

  1. E viva as cidades do interior,que nessa época convoca seus filhos, fazendo valer o espírito materno chamando seus bebês a mamarem leite licoroso, bem aventurados os interioranos, porque os soteropolitanos, estes hoje nem fogueira podem ter.
    Lembro de quando menino, ter fogueiras em todas as ruas, a fumaça densa limitava nossa visão, comidas em todas as casa, forró, fogos, alegria. Hoje minha megalópolis durante os festejos juninos eleva-se a alguns metros do nível do mar de tão vazia que fica, assim como as famílias inteiramete soteropolitanas que se valem do Pelourinho para diminuir o que tende a acabar.

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